sábado, 20 de março de 2010

Relações Interplanetárias

(crónica escrita para a disciplina de Imprensa, Rádio e Televisão com o tema "como a minha vida seria melhor sem os homens" :P)

Reza a lenda que num belo dia, há muito tempo atrás, os marcianos olharam através de seus telescópios e descobriram os belos seres que habitavam Vénus. Posso supor, então, o frenesim que se instalou no planeta vermelho durante a preparação para a viagem; nessas horas ninguém encontra bens essenciais como cera pró cabelo, cotonetes e preservativos, vocês sabem como é.

Problemas estéticos à parte, os marcianos chegaram a Vénus. Como as ninfas da Ilha dos Amores, elas os receberam de braços abertos e um amor mágico interplanetário começou. Por mais incrível que pareça, as relações eram óptimas, ninguém ligava às diferenças e aprendiam imenso com elas, até alguém ter a ideia de povoar a Terra.

Quando cá chegaram tudo parecia maravilhoso, mas os efeitos do nosso planeta causaram neles uma reacção estranhíssima e, dia após dia, marcianos e venusianas começaram a se esquecer da relação que tinham e a descobrir diferenças nada agradáveis.

Elas repararam que eles NUNCA punham a tampa da sanita para baixo, assistiam a um jogo completamente sem sentido onde 22 criaturas corriam atrás de um objecto redondo todos os fins-de-semana e bebiam em quantidades enormes um preparado a base de cevada e malte que cheirava imenso a podre.

Eles, por outro lado, notaram que as companheiras demoravam uma eternidade a se arranjar e diziam NUNCA ter nada para vestir mesmo com o guarda-roupas a abarrotar, que queriam constantemente “discutir a relação” e que, uma vez por mês, ficavam extremamente irritadas.

O tempo passou e, de acordo com essa lenda, nós somos o que resta desses seres. Os homens descendem dos marcianos e as mulheres, das venusianas.
“Ah!” dizem vocês agora, “isso explica muita coisa!”, e explica mesmo.
Como é que seres de planetas tão distantes e com hábitos tão diferentes podem algum dia se entender?

As brigam estendem-se há milénios e mesmo depois de muitos estudos, os psicólogos e terapeutas familiares não conseguem encontrar resposta mais lógica do que a teoria que vos expliquei.
É, com eles as coisas são tão difíceis. Mas…e sem eles?

Minhas amigas, não dá, não conseguimos, está nos genes que as nossas matriarcas nos deixaram.
A única coisa que podemos fazer é usufruir do nosso turismo espacial e ir à procura da matriz perfeita do sexo oposto.

Unamo-nos e digamos: “se os verdadeiros homens são de Marte…é para lá que nós vamos!”  x)

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